domingo, 11 de maio de 2014

A VERGONHA DE TODOS NÓS

Estou engasgado com um fato, horrendo, havido tem mais ou menos uma semana . Refiro-me ao linchamento de uma jovem senhora no Guarujá, em S. Paulo.

Cada vez que me lembro da nefasta ocorrência, sinto um misto de revolta e mal estar que mexe com meu estômago.

Acredito que se eu não disser algo, se não externar a revolta que está em mim, provocada pela indignação que tem me feito tanto mal, não amenizarei minha angústia.

Tenho, há muito tempo, ouvido conceitos dos quais discordo diametralmente. É comum ouvir dizer que o indivíduo que delínque é uma vítima do capitalismo e suas consequências selvagens, da desigualdade social e ausência de oportunidade que há. Isso ao mesmo tempo em que as populações do terceiro mundo invadem os Estados Unidos da América, a meca do capitalismo, querendo viver onde todos podem, ao menos em tese, ter a oportunidade de um dia ser bilionário às custas de seu próprio valor.

Esse parágrafo, por si só, embasaria e justificaria minha discordância da teoria que defende o delinquente por ser pobre vítima do sistema desumano que o compele às atitudes criminosas. Assim como não há humildade ou honestidade na pobreza, não há arrogância ou desonestidade na riqueza.

Conheço pessoas que não são ricas, mas, que nasceram muito pobres, viveram a fome na infância, foram humilhadas até quase a fase adulta, algumas foram depois de adultos, entretanto, lutaram o bom combate e com honestidade e determinação venceram e hoje podem frequentar bons endereços e quem os vê poderia dizer que nasceram filhos de classe média.

Em meu entendimento, a sociedade é conivente com a barbárie quando desculpa o assassino ao dizer que ele age pelo ímpeto e que por não ter formação acadêmica não tem discernimento. Claro que não é verdade.

O indivíduo é mau e não tem caráter, isso é que o faz um facínora.

Resta-nos a esperança de que a Justiça seja, de fato, cega e apenas ouça o relato dos fatos e não olhe para o rosto cínico que camufla o mau elemento que estará à frente do magistrado e aplique a merecida pena. Que lembrem-se que, ainda ontem, era parte da turba enfurecida e escondido na multidão desumana, injusta e covarde, pensou que ficaria impune.

Ao menos esse consolo, as filhas dessa vítima, terão quando, pelo resto de suas vidas, lembrarem-se revoltadas o pavor que sua mãe viveu durante o tempo de seu suplício que antecedeu sua brutal morte por espancamento. Espancamento feito por seus, supostamente, iguais. Pois, eram seus vizinhos na mesma rua onde morava.

A sociedade precisa dar uma resposta à essas meninas, para que elas possam continuar crendo nos ensinamentos que sua mãe lhes deu, de que devemos ser dignos, honestos, crentes em Deus e solidários, porque a justiça dos homens é baseada na justiça divina e que o inferno não é aqui, o inferno é um lugar pra onde vão aqueles que descumprem as leis dO Senhor Eterno e dos homens e ferem seus semelhantes.

Ainda me sinto péssimo e, agora, creio que não haja algo que eu possa fazer e que me fará sentir melhor. É vergonhoso sermos semelhantes àqueles a quem me referi e isso não mudará, não importa o que eu faça, exceto, educar os meus e esperar que sejam dignos.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

                Rolezinho  contra  Apartheid Social?

Mandela virou na cova. Eles não têm a menor ideia do que estão falando.

O ignorante sempre reivindica de forma inadequada, mas o ignorante mal intencionado é ridículo e desprezível, porque em sua ânsia de agredir quem nunca lhe fez mal, e nem sabe de sua existência, comete torpezas.

É evidente que estamos diante de jovens e aos jovens quase tudo é desculpável, dada sua inexperiência e consequente ignorância. Contudo, à todos os que têm poder para eleger um político votando nas eleições, mesmo que sejam imputáveis, a sociedade deve cobrar responsabilidade proporcional aos direitos.

Caso constatemos que, ainda, estão imaturos para serem responsabilizados por atos de desordem pública, como invadir um shopping center causando prejuízo aos comerciantes estabelecidos, precisamos retroagir tirando-lhes o privilégio do direito ao voto.

Precisamos decidir, se estão aptos para serem responsabilizados por suas atitudes e cobrá-los na forma da lei ou se não estão à altura de responder por suas atitudes e tirar-lhes o direito ao voto até que estejam maduros para assumirem as responsabilidades por suas atitudes.

Dizer que os shoppings centers estão errados ao barra-los na entrada, não é justo. A construção desses magníficos centros de compras custa muito caro e os empresários que ali se estabelecem pagam altos valores por seus investimentos. O mínimo que podem esperar é que lhes seja garantido o direito à segurança, bem como aos frequentadores que pagam o preço para usufruir.

Se o indivíduo não tem o que gostaria, vá trabalhar, estudar e dedicar-se com honestidade e obterá. O que não podemos suportar é que desocupados venham às ruas culpar a quem trabalha, estuda, paga impostos e se priva de várias coisas para ter o que tem.

O que existe não é apartheid, o que existe, sempre existiu. Isto é, quem pode paga, quem não pode não compra.

Deus ajuda a quem cedo levanta e vai trabalhar e à noite vai pra faculdade. Daí pra obtenção de poder aquisitivo fica faltando um passo.

Minha opinião, acima declarada, não por coincidência é igual à da maioria, como se vê na matéria do jornal Folha de S. Paulo, abaixo transcrita.

"82% dos paulistanos são contra rolezinho, diz pesquisa Datafolha

MARCELO LEITE
DE SÃO PAULO
23/01/2014  03h00






Se os rolezinhos forem mesmo um movimento de protesto contra o apartheid social, como querem alguns setores progressistas, a pesquisa Datafolha sobre o fenômeno do verão vem confirmar que a população da cidade é bem conservadora: 82% dos paulistanos se dizem contra os encontros de jovens da periferia em shopping centers.

A condenação da atividade é geral, sob qualquer recorte que se faça da pesquisa com 799 moradores da capital maiores de 16 anos.
A média dos que apoiam as reuniões é de meros 11% e aumenta muito pouco -considerada a margem de erro da pesquisa, de quatro pontos percentuais, para baixo ou para cima- mesmo entre aqueles dos quais seria de esperar certa aprovação.
Moradores da zona leste, o maior bolsão de exclusão social da cidade? Apenas 8% de aprovação, a menor de todas. Jovens? Só 18% dos que têm até 24 anos se declaram favoráveis aos rolezinhos.
Além deles, os maiores contingentes de apoio -ainda assim, uma franca minoria- se encontram entre os mais ricos (16% entre os que ganham mais de dez salários mínimos mensais) e mais escolarizados (14% dos que têm nível universitário).
A hipótese mais provável para essa aprovação ligeiramente superior entre os de maior renda e maior escolaridade é que haja entre eles um número maior de pessoas "de esquerda". Ou seja, mais propensas a adotar a explicação de que os rolezinhos são uma reação organizada de jovens contra a exclusão social e a discriminação racial.

PRAIA TRANQUILA
O Datafolha atesta o lugar-comum de que os centros de compras são a praia dos paulistanos: 73% vão ao shopping pelo menos uma vez por mês (e 25%, toda semana). E quem vai à praia quer tudo menos algo que se pareça, mesmo de maneira remota, com um arrastão.
As atitudes que mais incomodam os paulistanos nesse ambiente são as correrias (70%), gritarias (54%) e aglomerações (46%). Sua tradução preferida para o verbo "zoar", muito usado nas convocações de rolezinhos pelas redes sociais, é "provocar tumulto" -verdadeiro objetivo das reuniões para 77% dos ouvidos pelo Datafolha.
O propósito declarado dos adeptos dos rolezinhos -"apenas se divertir"- convence não mais que 18% dos paulistanos. Tamanha desconfiança é o que deve estar por trás da constatação de que 83% dos entrevistados que têm filhos menores de 25 anos não concordariam com sua participação num desses encontros.

SEM VIÉS RACIAL
Nada nessas opiniões dos paulistanos, por certo, exclui a possibilidade de que na raiz dos rolezinhos esteja uma certa irrelevância social de legiões de jovens de periferia, muitos dos quais não estudam nem trabalham. É plausível, dada essa condição, que queiram apenas "causar", chamar a atenção -como não deixam dúvida suas roupas e suas músicas.
O que o Datafolha revela é que, na população, as interpretações mais benignas do fenômeno, por assim dizer sociológicas, parecem contar com pouca simpatia. De outra maneira, como explicar que tantos defendam a pura repressão das reuniões?
Para 80% dos entrevistados, os lojistas agem corretamente ao buscar a Justiça para proibir os encontros. Outros 73% consideram que a Polícia Militar deve ser acionada para impedi-los. E 72% acham que não há preconceito de cor na reação dos shoppings, em aberta contradição com a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros (PT), para a qual há "discriminação racial explícita".
O grupo que avalia haver, sim, preconceito racial na atitude dos lojistas não ultrapassa um quarto dos entrevistados (exatos 25%). Como seria de esperar, entre os que se declaram da cor preta é maior o número dos que identificam reação preconceituosa, mas ainda assim menos de um terço do total (32%). E entre os que se autoclassificam como pardos, supostamente também mais visados, só 23% têm essa opinião.
De todo modo, a repulsa à discriminação é geral: 73% afirmam que os shoppings não têm o direito de escolher quem pode e não pode entrar neles. A não ser, é claro, que a galera da periferia apareça fazendo confusão."

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

QUARTO PODER

Quem são elas?
Lindas mulheres que desnudam as tetas, sacodem e balançam,
desafiando os noturnos amantes que, diurnos, austeros legislam,
condenam e punem.

Quem são as fêmeas que efêmeras requebram quadris enlouquecedores, prazerosos que são?
Alucinando vorazes amantes que sorrateiros esgueiram-se por vielas sombrias em busca insana de prazeres profanos, antes que o dia implacável retorne  e surpreenda nos becos, magistrados e clérigos.

Quem é o ingênuo que arrisca dizer?
- Elas são meretrizes,  rameiras vadias, existem pra corromper.

Afoito ao estigmatizar, o incauto papalvo, não poderia supor que
as aparências enganam e acusam a vítima.

Vítimas que somos todos que um dia elegemos quem viria nos atraiçoar.

Texto de Geraldo de Oliveira Filho

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

TUA CULPA É EXISTIR, POR ISSO TE DESTRUIMOS

Visitando a garagem de um prédio no bairro Itaim Bibi, na chamada parte nobre, vi um carro da marca Mercedes Benz, modelo de alto luxo. Pedi licença ao zelador que me acompanhava e me aproximei do carro para admirá-lo, quando fui informado de que o proprietário daquele automóvel tinha mais quatro da mesma montadora. Como ele não tinha tantas vagas naquele prédio, havia comprado um apartamento em um dos prédios em frente para ter mais vagas de garagem e guardar seus automóveis. Como disse, eu estava na parte nobre de um bairro que é caro mesmo na parte menos nobre. Entretanto, nosso personagem dava-se ao luxo de comprar dois apartamentos de alto padrão para ter vagas de garagem para guardar seus carros carríssimos.

Estou acostumado a tratar com pessoas ricas, mas aquilo me chamou a atenção e causou-me curiosidade e eu quis saber mais sobre o dono das preciosas máquinas, foi quando o zelador informou-me que o milionário raramente vinha à São Paulo, pois, era madeireiro no norte do Brasil e por lá ficava quase o ano todo.


Embora eu seja um homem de fé e creia nO Senhor Eterno, nosso Deus, único e soberano sobre todas as coisas, não creio em milagres. Creio que haja uma explicação para o que acontece e quase sempre é uma explicação que nos causa vergonha e que as pessoas insistem em justificar. Por ser assim é que há o estado de coisas que tomamos conhecimento e de fatos como o da matéria, abaixo, transcrita.

Somos, vergonhosamente, ambiciosos e desonestos. Queremos tudo, mesmo que não tenhamos como usar ou necessidade. Como o madeireiro que tinha cinco carros e não usava nenhum deles, enquanto seus pneus deformavam por ficarem estacionados sem sair do lugar o ano inteiro.

Para conquistarmos bens incontáveis e sermos os mais mais de todos, destruimos o habitat e aniquilamos até as cobras e escorpiões. Não admira os índios, selvagens, que sempre viveram isolados da civilização virem pedir comida para nós, ditos civilizados, porque devem estar morrendo de fome. Claro que não têm comida para a subsistência, nós, civilizados, tiramos e destruimos tudo o que vemos.

"Tribo no Peru deixa isolamento para pedir comida
Uma das mais isoladas tribos indígenas do planeta fez contato com pessoas de um povoado local para pedir comida, provocando um impasse na região da Amazônia peruana próxima à Bolívia.

De acordo com autoridades locais, dezenas de índios da tribo Maschco-Piro tentaram atravessar o rio Las Piedras, na região de Tambopata, para pedir comida, cordas e machetes.
Um vídeo obtido pela agência de notícias Associated Press mostra alguns indígenas dentro do rio. No entanto, eles foram desencorajados a chegar na outra margem por guardas que monitoram a região.
Isso porque se entrassem em contato com pessoas de fora da tribo eles poderiam ser contaminados, já que o sistema imunológico deles não é forte o suficiente para lidar com os tipos de germes que o restante da população carrega.
Os Maschco-Piro sempre viveram em isolamento. Essa é segunda vez que eles entram em contato com pessoas de fora da tribo desde 2011, quando eles apareceram após mais de 20 anos de isolamento.

Madereiros e traficantes
Não se sabe exatamente por que eles tomaram essa atitude. Mas ambientalistas afirmam que eles podem estar irritados com ameaças à área demarcada onde vivem, provocadas especialmente por madereiros e por traficantes que têm rotas na região.
O impasse foi desfeito quando os moradores enviaram uma canoa com bananas em direção aos índios.
A antropóloga Beatriz Huertas disse à Associated Press que a tribo está cada vez menos isolada e já foi vista algumas vezes migrando pela floresta em períodos de seca.
Mas ela disse ser estranho vê-los tão perto de outros moradores do outro lado do rio.
"Pode ser que eles estivessem irritados por problemas como outras pessoas tirando vantagem dos recursos de seus territórios. Pode ser esse o motivo que estavam demandando objetos e comida da população."
"Mas a tribo não pode entrar em contato com a outra tripo porque qualquer doença pode matá-los."
Acredita-se que haja entre 12 e 15 mil indígenas de tribos "não contabilizadas" vivendo nas florestas da região peruana."

Sinto-me envergonhado.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

TUTELA: A HERANÇA MALDITA

Na matéria publicada pelo Jornal do Commércio e abaixo postada, constatamos através de pesquisa do IBGE, algo que já sabíamos: que a natureza humana é indolente e que os políticos sabem disso e tiram proveito da pobreza de espírito dos que precisam ser impulsionados com educação que não recebem.
Essa fatia da população, são os empregados que nada custam ao empregador, custa para nós que pagamos impostos escorchantes, porque o empregador é o político que institui "o bolsa isto e o bolsa aquilo" para sustentar o indivíduo que alegando pobreza fica na vadiagem e para pagar o que recebe no mês a mês, vota no pagador da "sua bolsa". Acomodado com essa pensão, o cidadão de quinta categoria, fica de papo pro ar esperando a próxima eleição, enquanto isso não trabalha, não estuda, não procura emprego e faz filhos pra aumentar o ganho.

Parece piada que estamos pagando tudo isso e, ainda mais, o desvio do erário em atos de corrupção que estarrece até os que não são brasileiros.

Pra eles está tudo muito bom, pra nós pagantes desse trem da alegria é que não está. Se calamos, consentimos e nos tornamos cúmplices de quem nos rouba.


"EMPREGO
Geração nem-nem cresce no Brasil e no Recife

Eles têm entre 16 e 24 anos. Nem estudam nem trabalham e dependem de assistencialismo para sobreviver

Publicado em 11/08/2013, às 05h00
Raissa Ebrahim

Na capital pernambucana, representavam, em junho, 26,6% da população entre 16 e 24 anos. São 145 mil jovens totalmente fora do mercado de trabalho. Há dez anos, esse percentual era de 25,2% (148 mil). A taxa no Recife para o período supera a média de 19,4% observada nas seis localidades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Além do Recife, também são avaliadas Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. 

Alguns especialistas já falam da “geração nem-nem-nem”. Quando se avalia a fatia de jovens que nem trabalha, nem estuda e nem procura emprego, o percentual, segundo o IBGE, fecha em 22,2% no Recife e em 14,7% na média das seis localidades pesquisadas pela PME. Em 2003, esse número era de 18,6% e 14,5%, respectivamente. 

Num país em que os empresários reclamam que não conseguem preencher vagas por falta de mão de obra qualificada, a situação soa até como um paradoxo. O cenário em que sobra oferta de emprego é o mesmo em que sobra gente que não trabalha nem estuda e, portanto, tem poucas perspectivas de futuro. 

De cada 100 empresários brasileiros, 68 reclamam da escassez de talentos. O número é bem acima dos 35% registrados na média mundial da Pesquisa Anual Sobre Escassez de Talentos 2013 do ManpowerGroup, realizada com quase 40 mil empregadores de 42 países e territórios. O Brasil só fica atrás do Japão (85%). Nas Américas, de um modo geral, as vagas com maior dificuldade de preenchimento são as técnicas, que deveriam ter justamente o jovem como maior foco. 

O desemprego juvenil preocupa e coloca em xeque o futuro econômico do País. Numa população que passa por uma grande transformação demográfica, que tem cada vez mais idosos e mais jovens que demoram para entrar no mercado, especialistas enfatizam que é preciso romper esse ciclo."

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

BRASIL, NÃO... PASÁRGADA

Estamos no maravilhoso país, onde todos têm seus plenos direitos reservados, onde a legislação é a mais moderna do mundo.
Quanto orgulho poder dizer tudo isso, não é verdade?
Pena que a teoria, não funcione, na prática.
Somos um país de desdentados, onde falta saneamento básico para significativa parcela da população e se quer comprovar pegue um ônibus e vá ao Campo Limpo ver o os incontáveis quilometros de córrego que corre a céu aberto.

E, não é só lá, não. Isso tem em todos os cantos deste lindo país que sedia copas e olimpíadas, enquanto exibe a Cidade Maravilhosa e a punjança da locomotiva São Paulo.

Se há esgoto a La Porto Principe, aqui, nesta gloriosa megalópole imagine nos rincões.

A nossa legislação é magnifica, garante os direitos dos gays ao tratamento contra doenças adquiridas por suas, lascivas, opções sexuais e de outras chamadas minorias. Que glória!

Entretanto, falta remédio para pressão alta nos postos de saúde e, até aspirinas, e faltam leitos nos hospitais para evitar que pacientes fiquem deitados nos corredores.

Não temos segurança pública e faltam escolas onde as crianças possam aprender a ler e escrever e faltam salários dignos aos professores que são ameaçados de morte e agredidos nas salas de aula.

Não há obras públicas que garantam trabalho à mão de obra desqualificada técnicamente, para que chefes de família garantam o sustento de suas famílias, mas temos dinheiro sobrando nos cofres públicos para políticos roubarem e viverem nababescamente enquanto pagam "bolsa isto e bolsa aquilo". Que glória, é emocionante!

Agora, ligo o computador para saber quais são os desmandos do dia e vejo que uma das principais manchetes diz respeito, não às jovens raptadas e levadas para prostíbulos, mas sim à gays que estão sendo escravizados porque queriam uma operação de transformação do corpo e ficaram reféns das quadrilhas que subsidiaram a realização de seus sonhos. 

Onde está escrito JOVENS, leiam RAPAZES.

Ora... façam-me o favor! 
 - Por SBT Online

Abrigo de travestis trafica jovens para prostituição em SP

Os criminosos agem principalmente no Norte e no Nordeste do país. Eles trazem os jovens para São Paulo e os colocam no mundo da prostituição. Quando chegam a São Paulo, eles sofrem transformações no corpo e ganham dívidas de até R$ 12 mil. Em meio às investigações, a equipe do SBT acompanhou com exclusividade o fechamento de uma ONG, que funcionava como abrigo de travestis. Reportagem exibida no SBT Brasil. Visite o UOL Notícias"
Isto é, ou não, a Pasárgada do Bandeira?

domingo, 4 de agosto de 2013

A MÃO QUE BALANÇA O BERÇO

Quando posto uma matéria, gosto de comentá-la. Faz que me sinta mais cidadão, participante, menos omisso. Entretanto, há casos em que ficamos tão atônitos com o que tomamos conhecimento que nos faltam as palavras.

Como sou leigo, me sinto à vontade para dizer o que outras pessoas das referidas áreas de atuação a que as matérias se referem, não ousam dizer para não parecerem menos na opiniõe de quem venha a ler.

Tenho muitas críticas, e severas, a fazer sobre muitos aspectos de diversas áreas em todas as esferas do governo de nosso país.

Por exemplo, sobre os tribunais de contas: Os ministros são políticos em fim de carreira que irão servir aos seus partidos políticos aprovando o improvável.
Como disse a Sra. Elda Mariza Valim: "Em entrevista ao Congresso em Foco, a vice-presidente da ONG Moral, a ex-auditora do TCU Elda Mariza Valim, disse que as cortes de contas são desnecessárias e até perigosas para a sociedade. Segundo ela, não basta mudar os critérios de escolha dos ministros para evitar que os tribunais se tornem destino de políticos em fim de carreira – uma das principais críticas feitas ao atual modelo."

Para quem possa estar achando que há exagêro, há uma matéria postada, abaixo, que dá motivos de sobra para endoço desta opinião e esse caso não é único, pelo contrário, é apenas mais um e que veio à tona.

Embaixo do tapete, tem muito mais para quem queira ver.

"Ministro do TCU muda certidão e fica dois anos mais novo
Raimundo Carreiro poderá agora evitar aposentadoria e chegar à presidência do tribunal

22/07/2013 - Atualizado em 22/07/2013 08:23 

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Raimundo Carreiro conseguiu, na Justiça, alterar sua data de nascimento, tornando-se dois anos “mais jovem”, informou neste domingo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”. No TCU há seis anos, Carreiro conseguiu mudar sua data de nascimento de setembro de 1946 para setembro de 1948.

Na prática, a mudança garante a ele mais dois anos de permanência no TCU, adiando sua aposentadoria compulsória aos 70 anos. Com isso, ele poderá tomar posse na presidência do tribunal para o biênio 2017/2018, o que não ocorreria se tivesse de deixar a Corte em 2016.

A eleição para a presidência do TCU é definida pela tradição: o escolhido é sempre o ministro mais antigo que ainda não tenha exercido a função. O mandato é de um ano, mas sempre com renovação por mais um ano. Desde já, sabe-se que a vez de Carreiro chegará em 2017, sucedendo ao ministro Aroldo Cedraz, que deverá ocupar o lugar do atual presidente, ministro Augusto Nardes, no biênio 2015/2016.

Carreiro foi nomeado para o TCU com as bênçãos do senador José Sarney (PMDB-AP), ex-presidente da República. Ele foi por muitos anos servidor do Senado, onde comandou a Secretaria Geral. Sua proximidade com Sarney nesse longo período lhe rendeu a indicação ao TCU. As indicações para o tribunal são políticas.

A decisão judicial que lhe permitirá mais dois anos no TCU foi obtida na Comarca de São Raimundo das Mangabeiras, no interior do Maranhão, onde Carreiro foi, inclusive, vereador. À Justiça, ele alegou que foi registrado com a data errada de nascimento, e apresentou como prova da verdadeira data a certidão de batismo da Igreja de São Domingos do Azeitão, que fica próxima ao pequeno município de Benedito Leite, onde o ministro nasceu.

O documento registra o nascimento de Carreiro, filho de Salustiano e Maria, em 6 de setembro de 1948. No cartório, porém, o nascimento foi registrado como se tivesse ocorrido em 1946.O ministro se aposentou pelo Senado em 2006, usando a data antiga, de 1946, ao completar 60 anos (pelos documentos válidos na época). Mas, curiosamente, em 2008, recorreu à Justiça para corrigir sua data de nascimento. A decisão da Justiça do Maranhão saiu em 2009. 

O Ministério Público foi contra o pedido de Carreiro, que esteve no local pessoalmente e levou até padre, com livro de batismo junto, para ser testemunha.

Conforme “O Estado de S. Paulo”, com a mudança na data de nascimento, Carreiro passou na frente de outro político experiente na fila para a presidência: o ex-ministro José Múcio.

O GLOBO não conseguiu conversar com Carreiro no domingo. Ao jornal paulista, o ministro disse que entrar na fila para comandar o TCU não foi o objetivo de sua ação na Justiça. “Pode ser consequência, não que o objetivo seja esse. O propósito foi restabelecer minha data no meu registro de nascimento”, afirmou Carreiro. O ministro disse que, como nasceu no interior do Maranhão, só foi registrado em 1965, apesar de ter nascido na década de 1940, e que isso gerou a confusão. Disse também que não mudou a certidão anteriormente porque nunca teve “tempo nem dinheiro para isso”.

Carreiro ainda negou mal-estar com os colegas da Corte por sua ação. “Ninguém nunca questionou”, garantiu ele.
Fonte: O Globo"
E agora? Mudou de opinião? 

Falando sério, é possível que o empregado vá contra seu patrão? Pois é... todos crêm que não e na prática, não é mesmo.

No entanto, são os tribunais de contas que aprovam os gastos dos governantes em todas as esferas. Acontece que estamos falando de muitas centenas de milhões de Reais e não se ouve dizer de desaprovação, apesar dos desmandos que nos indignam.

Cada vez, mais acredito que há mão que balança o berço não é confiável.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A SAÚDE ESTÁ DOENTE

Quando não temos formação acadêmica em determinada matéria, costumamos dizer que somos leigos. É aqui que se encaixa o ditado "todo brasileiro é um pouco médico e técnico de futebol".
No Brasil, todos entendem das duas coisas, infelizmente, de medicina entendemos pela via dolorosa. Quase todos temos queixas quando o assunto é atendimento na saúde, seja pública ou privada.
Os maus tratos são tantos e tal é o nível que pacientes mais exasperados chegam ao cúmulo de agredir médicos em hospitais públicos e postos de saúde de localidades mais afastadas.
As manifestações ocorridas nas últimas semanas obrigou o governo a encarar o problema, porque em todos os lugares que houve uma manifestação havia alguém reclamando da saúde.
Como sempre os governantes encontraram uma via rápida para equalizar a questão, seria só trazer médicos do exterior e suprir a falta interna desses profissionais. Solução decretada é o nome do paleativo que mais uma vez seria usado pelos supostos gênios que "as bolsas" elegeram e que não têm capacidade para governar o país e se há dúvida espere pra ver o tamanho do rombo que aparecerá daqui há pouco.
Sabemos que há faculdades demais e qualidade de menos, entretanto, corrigir erros antigos que os próprios governos sucessivamente têm criado, nem pensar. A solução é gritar "Ô Zé, importa aí três contâineres de médicos de Cuba".
Tem dó, né?
A matéria abaixo nos dá uma esperança de que as coisas sejam resolvidas com o bom senso que a situação exige.

"12/07/2013 - 03h05

Médico deve ser obrigado a atuar no SUS, diz diretor da Unicamp

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

Diferentemente das entidades representativas dos médicos, o diretor e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Mario Saad, concorda com a ideia de obrigar alunos a trabalharem na rede pública.
Para Saad, faltam somente "ajustes" para que a proposta do governo federal fique satisfatória em relação às obrigações aos jovens médicos.
Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff apresentou projeto para melhorar a saúde pública no país. Entre as medidas estão a ampliação do curso de medicina de seis para oito anos. Nos dois anos adicionais, os estudantes terão de atuar no SUS.
A seguir, a entrevista concedida ontem.
Folha - O que o sr. achou do plano?

Mario Saad - É desnecessário aumentar a duração do curso. Mas, na minha opinião, é dever de todo aluno que estuda em universidade pública retribuir o investimento à sociedade.
Assim, defendo que quem estudou em universidade pública trabalhe na rede pública, por um ou dois anos, na forma de serviço social obrigatório. Mas já como médico formado, que pode ser remunerado como tal e responder pelos seus atos.
Além disso, pode trazer insegurança à população dizer que ela está sendo atendida por um estudante.
Mas para esse modelo funcionar, precisamos reformular os currículos dos cursos de medicina.
Hoje, formamos bons candidatos à residência médica, às especialidades. Com algumas mudanças, podemos formar também ótimos médicos gerais.

O que o sr. acha da ampliação das vagas em medicina, proposta pelo governo?
Discordo. É desnecessário criar 12 mil vagas de medicina. Daqui a pouco teremos profissionais desempregados, porque estaremos formando excessivamente.
É uma falácia dizer que temos poucos médicos; há 1,9 médico por 1.000 habitantes no país. Não é pouco. Eles estão mal distribuídos.

Mas o Reino Unido, por exemplo, tem 2,7...
Com a expansão de vagas que houve recentemente, rapidamente chegaremos a esse patamar. O problema é a qualidade desses médicos.
Proponho que as boas faculdades, como USP, Unicamp, Unesp e Unifesp, possam ampliar suas vagas, com ajuda do governo federal, desde que ele se comprometesse a fechar os cursos ruins.
De qualquer forma, o governo teve o mérito de trazer à discussão a falta de médicos que existe em algumas regiões do país.

Muitas entidades médicas defendem que o maior problema é a falta de estrutura, não de médicos. O sr. concorda?
Concordo. Você precisa, por exemplo, de enfermeiro, educador físico, fisioterapeuta. Mas também não acho que precisamos esperar as condições melhorarem para mandar um médico para essas regiões [carentes]. As coisas têm de ser juntas. O médico vai até ajudar a reivindicar melhores condições."

Tomara os critérios acima mencionados pelo entrevistado sejam considerados para que o problema seja tratado em seu cerne e não fiquem maquiando a ferida. Não adianta tratar da dor, é preciso tratar a causa para extinguir o mal.

terça-feira, 2 de julho de 2013

O PAÍS DAS SOLUÇÕES DECRETADAS


Certamente todos com mais de 50 anos de idade lembram da excelência da escola pública no brasil. Bons tempos aqueles em que o Estado fazia sua parte, ao menos nisso, e prestava um ensino de qualidade à população.
Não se sabe ao certo o que aconteceu, embora todos acreditemos que pior será difícil ficar.
Há uma gama tão grande de possibilidades para haver acontecido essa catástrofe no ensino público que nem tentarei esboçar um quadro com os motivos. Até porque no final da análise chegaria a conclusão do óbvio, isto é, de que existe desvio de recursos, que aliás, não chega a lugar algum que vá beneficiar o cidadão e quase sempre vai para um caixa dois de algum partido político ou os bolsos deles.
Outro dia, li que a USP ocupa o 158º lugar entre as 400 principais universidades do mundo. Pode parecer pouco, embora não seja.
Contudo, não se preocupem porque os mandatários deste país estão se empenhando para tirá-la dessa posição e será daí para fora do ranking e conseguirão antes do que possamos imaginar.
Abaixo, há uma matéria publicada pelo UOL/Folha de S.Paulo, em que com pesar podemos ler que foi votado e aprovado pelos dirigentes da USP uma bonificação de até 25% para complementar as notas dos alunos do ensino público que prestarem exame para ingressar.
Sou favorável ao direito de todos terem acesso ao que é público. O que desabono é o fato de agirem na contra mão.
Quero dizer que se o aluno procedente das instituições públicas de ensino é despreparado para competir com os alunos da rede privada de ensino, devem melhorar a qualidade do ensino público e não acabar com o que é bom. Porque atrás dessa medida virão outras para possibilitar a esses alunos que acompanhem o curso e obtenham notas para serem aprovados, desse modo logo a USP deixará de ser referência.
Em resumo, em breve teremos uma universidade sem o padrão de excelência que existe hoje.

"02/07/2013 - 17h22

Em votação final, USP aprova bônus racial de até 5% a candidatos do ensino público

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

A USP aprovou nesta terça-feira, em última instância, programa que prevê um bônus de até 5% a vestibulandos pretos, pardos e indígenas que estudaram em escola pública. Até então, a universidade não concedia nenhum benefício extra a esses candidatos.
MEC divulga resultado da primeira chamada do ProUni
A universidade decidiu também aumentar o bônus para os demais vestibulandos da rede pública. O benefício, que podia chegar antes a 15%, agora pode ser de até 20%.
Assim, um aluno autodeclarado preto, pardo ou indígena que cursou o ensino básico na rede pública poderá ter um acréscimo de até 25% na sua nota no vestibular.
O programa foi aprovado pelo Conselho Universitário, instância máxima da instituição. Na semana passada, já havia sido analisado pelo Conselho de Graduação.
A instituição aposta no aumento dos bônus no vestibular para atingir as metas do projeto apresentado em dezembro pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e pelos reitores da USP, Unesp e Unicamp.
O governo esperava que esses percenteuais fossem atingidos em 2016, mas a USP postergou para 2018."

Tomara esses políticos não quiram acabar com os indigentes, porque praticariam extermínio.

domingo, 30 de junho de 2013

DESABAFO DE UMA MÉDICA DO INTERIOR

Hoje, quando abri minha caixa de e-mails, entre outros, encontrei esse e-mail enviado por um amigo que o recebeu de outro amigo e me repassou.

Infelizmente, tudo o que posso fazer é postá-lo para que alguém leia-o. É o que estou fazendo.

Que cada um ao lê-lo julgue. A mim, nada mais há para dizer sem ser redundante, pois, a médica que assinou o desabafo já disse tudo.

"MEUS  QUERIDOS  AMIGOS,  VEJAM  O  BRASIL  EM   QUE  OS  MÉDICOS    ATUAIS  TRABALHAM.  ESTE  É  O  NOSSO  (DES)GOVERNO.

 DESABAFO DE UMA MÉDICA DO INTERIOR

Tudo que uma médica BRASILEIRA, que trabalha no interior, quer falar pra "Presidenta" hoje:

Dilma, deixa eu te falar uma coisa! Este ano completo 7 anos de formada pela Universidade Federal Fluminense e desde então, por opção de vida, trabalho no interior. Inclusive hoje, não moro mais num grande centro. Já trabalhei em cada canto... Você não sabe o que eu já vi e vivi, não só como médica, mas como cidadã brasileira. Já tive que comprar remédio com meu dinheiro, porque a mãe da criança só tinha R$ 2,00 para comprar o pão. Por que comprei?


Porque não tinha vaga no hospital para internar e eu já tinha usado todos os espaços possíveis (inclusive do corredor!) para internar os mais graves.


Você sabe o que é puxadinho? Agora, já viu dentro de enfermaria? Pois é, eu já vi. E muitos. Sabe o que é mãe e filho dormirem na mesma maca porque simplesmente não havia espaço para sequer uma cadeira? Já viu macas tão grudadas, mas tão grudadas, que na hora da visita médica era necessário chamar um por um para o consultório porque era impossível transitar na enfermaria? Já trabalhei num local em que tive que autorizar que o familiar trouxesse comida ( não tinha, ora bolas!) e já trabalhei em outro que lotava na hora do lanche (diga-se refresco ralo com biscoito de péssima qualidade) que era distribuído aos que aguardavam na recepção. Já esperei 12 horas por um simples hemograma. Já perdi o paciente antes de conseguir um mera ultrassonografia. Já vi luva descartável ser reciclada. Já deixei de conseguir vaga em UTI pra doente grave porque eu não tinha um exame complementar que justificasse o pedido. Já fui ambuzando um prematuro de 1Kg (que óbvio, a mãe não tinha feito pré natal!) por 40 Km para vê-lo morrer na porta do hospital sem poder fazer nada. A ambulância não tinha nada...

Tem mais, calma! Já tive que escolher direta ou indiretamente quem deveria viver. E morrer...


Já ouvi muito desaforo de paciente, revoltando com tanto descaso e que na hora da raiva, desconta no médico, como eu, como meus colegas, na
enfermeira, na recepcionista, no segurança, mas nunca em você. Já ouviu alguém dizer na tua cara: meu filho vai morrer e a culpa é tua? Não, né? E a culpa nem era minha, mas era tua, talvez. Ou do teu antecessor. Ou do antecessor dele...Já vi gente morrer! Óbvio, médico sempre vê gente morrendo, mas de apendicite, porque não tinha centro cirúrgico no lugar, nem ambulância pra transferir, nem vaga em outro hospital? Agonizando, de insuficiência respiratória, porque não tinha laringoscópio, não tinha tubo, não tinha respirador? De sepse, porque não tinha antibiótico, não tinha isolamento, não tinha UTI? A gente é preparado pra ver gente morrer, mas não nessas condições.

Ah Dilma, você não sabe mesmo o que eu já vi! Mas deixa eu te falar uma coisa: trazer médico de Cuba, de Marte ou de qualquer outro lugar, não vai resolver nada! E você sabe bem disso. Só está tentado enrolar a gente com essa conversa fiada. É tanto descaso, tanta carência, tanto despreparo... As pessoas adoecem pela fome, pela sede, pela falta de saneamento e educação equando procuram os hospitais, despejam em nós todas as suas frustrações, medos, incertezas... Mas às vezes eu não tenho luva e fio pra fazer uma sutura,o que dirá uma resposta para todo o seu sofrimento!

O problema do interior não é falta de médico. É falta de estrutura, de interesse, de vergonha na cara.

Na tua cara e dessa corja que te acompanha! Não é só salário que a gente reivindica. Eu não quero ganhar muito num lugar que tenha que fingir que façomedicina. E acho que a maioria dos médicos brasileiros também não.

Quer um conselho? Pare de falar besteira em rede nacional e admita: já deu pra vocês! Eu sei que na hora do desespero, a gente apela, mas vamos combinar, você abusou!

Se você não sabe ser "presidenta", desculpe-me, mas eu sei ser médica, mas por conta da incompetência de vocês, não estou conseguindo exercer minha função com louvor!

Não sei se isso vai chegar até você, mas já valeu pelo desabafo!

Fernanda Melo, médica, moradora e trabalhadora de Cabo Frio, cidade da baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro."

Agora, depois de havê-lo lido, te pergunto: E se fossemos nós na situação dos pacientes da doutora médica? Não é hora de votar certo e depois cobrar responsabilidades?

Não está na hora do voto suprapartidário? Isto é, votar porque o candidato tem histórico de bom servidor e não porque é deste ou daquele partido?

Será que o eleitor continuará se escondendo na cabine para despejar porcaria na urna?

sexta-feira, 24 de maio de 2013

SÓ ELES NÃO SABEM, O IRINEU SABIA

Li no Jornal Folha de S. Paulo na edição de hoje,  que sem ferrovia a coisa ficará feia.
Isso não é novidade! Só quem governa não sabia, porque há 159 anos o Sr. Irineu Evangelista de Sousa,  já sabia e entendia tanto a necessidade de se construir ferrovias que no dia 30 de abril de 1854, inaugurou no Brasil a primeira. O percurso era de 14 Km e foi feito em 23 minutos.
Portanto, há 159 anos por iniciativa do Barão de Mauá, o Brasil inaugurou a primeira linha férrea.
Só em 1863 pavimentaram a primeira estrada no Brasil, foi a Estrada União e Indústria. De lá pra cá, houve uma inversão e a pavimentação de estradas tornou-se a preferência dos governantes.
Acontece que naquela época o Brasil tinha um dono, o imperador, e agora tem exploradores.
Quando falamos em obras de pavimentação e nos vêm à cabeça os empreiteiros, tudo começa a fazer sentido.
Há números que justificam ficarmos incrédulos por não haver investimentos em trens, sejam para carga ou transporte de passageiros. Poderiam ser mistos, a exemplo dos aviões.

Custos ambientais para os modos rodoviário e ferroviário, em reais* por ano
Dano Ambiental
Rodovia (R$)
Ferrovia (R$)
Biodiversidade
37.682.832,00
7.536.566,40
Ciclo Hidrológico
64.492.752,00
12.898.550,40
Novas drogas
44.683.200,00
8.936.640,00
Produtos extrativos madeireiros
767.083.941,60
153.416.788,32
Produtos extrativos não madeireiros
2.111.132.256,00
422.226.451,20
Seqüestro de carbono
298.632.720,00
59.726.544,00
Uso recreativo
2.308.632,00
461.726,40
Valor monetário de existência
257.226.288,00
51.445.257,60
Totais
3.583.242.621,60
716.648.524,32
Fonte: Estudo sobre o Transporte Ferroviário no Brasil – I.T.A- Instituto Tecnológico de Aeronáutica -
Publicado no Journal of Transport Literature, Vol. 5, No 1 (2011)

Especialistas no tema, são da mesma opinião, como pode-se ler abaixo:

"Atualmente, o Brasil conta com 29,8 mil quilômetros de ferrovias e apenas 25% do que é produzido nos campos chega aos porto por trilhos. "O governo planeja construir 10 mil quilômetros até 2025, o que é abaixo do que precisamos", defende Rodrigo Vilaça, presidente-executivo da ANTF.
Fonte: Brasil Econômico
Gabriela Murno   (gmurno@brasileconomico.com.br) do Rio de Janeiro 
19/04/13 10:00"

Isso pra não falarmos no transporte fluvial. Nosso país tem extensão continental, é cortado por imensos rios, por onde poderiam escoar a produção com, ínfimo, custo de transporte quando comparado aos que são cobrados hoje.
Mesmo considerando-se o custo para implantação, pois em pouco tempo se pagaria e a manutenção não poderia ser comparada ao custo de manutenção de estradas asfaltadas, sem mencionarmos o impacto ambiental que seria muito menor.
A matéria a que me referi, está abaixo transcrita:

"24/05/2013 - 03h00
Sem ferrovia, Santos pressionará Rodoanel
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA
AGNALDO BRITO
FOLHA DE SÃO PAULO/DE SÃO PAULO
O atraso nas concessões de ferrovias do governo federal pode acabar por despejar mais 200 mil caminhões por ano nas estradas do Estado de São Paulo, principalmente no Rodoanel, a partir de 2015, ampliando a dependência do porto de Santos do transporte rodoviário.
Esse volume corresponde ao número de viagens de caminhões de 25 toneladas necessárias para substituir trens de carga que hoje cruzam a área central da capital transportando açúcar, soja, contêiner, bauxita e aço do interior do país para Santos e também para o Sul.
A partir do próximo ano, essa circulação de cargueiros não poderá mais ser feita. É que a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) vai aumentar a quantidade de trens de passageiros na ferrovia e avalia que será "inviável" continuar a compartilhar as linhas com o transporte de carga.
Em 2012, entre 4 milhões e 5 milhões de toneladas de produtos atravessaram a região central da cidade em trens. Esse volume só poderá continuar a ser transportado por ferrovia quando pelo menos um dos novos trechos do Ferroanel de São Paulo estiver pronto.
A obra faz parte de um corredor ferroviário de exportação que interliga o Centro-Oeste ao maior porto do país.
IDAS E VINDAS
Em 2011, os governos federal e de São Paulo decidiram fazer em parceria os trechos Sul e Norte do Ferroanel. A intenção era começar a obra do trecho Norte junto com o Rodoanel, o que aceleraria e baratearia as obras.
Mas indefinições do governo federal sobre como construir a ferrovia fizeram com que, até hoje, o Ferroanel não tenha sequer licitação em andamento. A avaliação é que será impossível concluí-lo no ano que vem, como previsto inicialmente.
Com isso, as alternativas são: reduzir horários para o transporte de passageiros, deixar de transportar a carga --o que pararia algumas indústrias-- ou transportá-la em 200 mil viagens de caminhão.
Essa última alternativa representaria um incremento de cerca de 2% na movimentação média diária do trecho do Rodoanel, segundo dados do DER-SP de 2012.
VOLUME EM DOBRO
Levantamento feito pela Folha, com base nos números do governo, demonstra que o volume de carga transportada sobre caminhões para Santos quase dobrará em dez anos.
Do movimento total de 230 milhões de toneladas previstos para 2024, o transporte rodoviário será responsável por 150 milhões de toneladas. A ferrovia será responsável por transportar 80 milhões de toneladas.
Em 2013, quando o porto movimentará 110 milhões de toneladas, a divisão será a seguinte: 83,6 milhões toneladas transportados por caminhões; e 26,4 milhões de toneladas, por ferrovia.
"É evidente que o governo, com a aprovação da MP, deve discutir a redistribuição da carga para outros portos", disse Renato Barco, presidente da Codesp, administradora do Porto de Santos.
SERRA ABAIXO
CAMINHOS DA CARGA
Em 2013
110 milhões de toneladas é a movimentação de carga prevista para Santos
76% irão por caminhão
24% irão por trem
Em 2024
230 milhões de toneladas é a movimentação prevista
65% irão por caminhão
35% irão por trem
"

Tomara a situação pressione tanto que tenham que refazer as ferrovias destruídas, além das novas. Certamente haverá lucro pra quem investir, a exemplo do que acontece na Europa, Estados Unidos, Ásia e Leste Europeu.