domingo, 11 de maio de 2014

A VERGONHA DE TODOS NÓS

Estou engasgado com um fato, horrendo, havido tem mais ou menos uma semana . Refiro-me ao linchamento de uma jovem senhora no Guarujá, em S. Paulo.

Cada vez que me lembro da nefasta ocorrência, sinto um misto de revolta e mal estar que mexe com meu estômago.

Acredito que se eu não disser algo, se não externar a revolta que está em mim, provocada pela indignação que tem me feito tanto mal, não amenizarei minha angústia.

Tenho, há muito tempo, ouvido conceitos dos quais discordo diametralmente. É comum ouvir dizer que o indivíduo que delínque é uma vítima do capitalismo e suas consequências selvagens, da desigualdade social e ausência de oportunidade que há. Isso ao mesmo tempo em que as populações do terceiro mundo invadem os Estados Unidos da América, a meca do capitalismo, querendo viver onde todos podem, ao menos em tese, ter a oportunidade de um dia ser bilionário às custas de seu próprio valor.

Esse parágrafo, por si só, embasaria e justificaria minha discordância da teoria que defende o delinquente por ser pobre vítima do sistema desumano que o compele às atitudes criminosas. Assim como não há humildade ou honestidade na pobreza, não há arrogância ou desonestidade na riqueza.

Conheço pessoas que não são ricas, mas, que nasceram muito pobres, viveram a fome na infância, foram humilhadas até quase a fase adulta, algumas foram depois de adultos, entretanto, lutaram o bom combate e com honestidade e determinação venceram e hoje podem frequentar bons endereços e quem os vê poderia dizer que nasceram filhos de classe média.

Em meu entendimento, a sociedade é conivente com a barbárie quando desculpa o assassino ao dizer que ele age pelo ímpeto e que por não ter formação acadêmica não tem discernimento. Claro que não é verdade.

O indivíduo é mau e não tem caráter, isso é que o faz um facínora.

Resta-nos a esperança de que a Justiça seja, de fato, cega e apenas ouça o relato dos fatos e não olhe para o rosto cínico que camufla o mau elemento que estará à frente do magistrado e aplique a merecida pena. Que lembrem-se que, ainda ontem, era parte da turba enfurecida e escondido na multidão desumana, injusta e covarde, pensou que ficaria impune.

Ao menos esse consolo, as filhas dessa vítima, terão quando, pelo resto de suas vidas, lembrarem-se revoltadas o pavor que sua mãe viveu durante o tempo de seu suplício que antecedeu sua brutal morte por espancamento. Espancamento feito por seus, supostamente, iguais. Pois, eram seus vizinhos na mesma rua onde morava.

A sociedade precisa dar uma resposta à essas meninas, para que elas possam continuar crendo nos ensinamentos que sua mãe lhes deu, de que devemos ser dignos, honestos, crentes em Deus e solidários, porque a justiça dos homens é baseada na justiça divina e que o inferno não é aqui, o inferno é um lugar pra onde vão aqueles que descumprem as leis dO Senhor Eterno e dos homens e ferem seus semelhantes.

Ainda me sinto péssimo e, agora, creio que não haja algo que eu possa fazer e que me fará sentir melhor. É vergonhoso sermos semelhantes àqueles a quem me referi e isso não mudará, não importa o que eu faça, exceto, educar os meus e esperar que sejam dignos.

Nenhum comentário: