quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

                Rolezinho  contra  Apartheid Social?

Mandela virou na cova. Eles não têm a menor ideia do que estão falando.

O ignorante sempre reivindica de forma inadequada, mas o ignorante mal intencionado é ridículo e desprezível, porque em sua ânsia de agredir quem nunca lhe fez mal, e nem sabe de sua existência, comete torpezas.

É evidente que estamos diante de jovens e aos jovens quase tudo é desculpável, dada sua inexperiência e consequente ignorância. Contudo, à todos os que têm poder para eleger um político votando nas eleições, mesmo que sejam imputáveis, a sociedade deve cobrar responsabilidade proporcional aos direitos.

Caso constatemos que, ainda, estão imaturos para serem responsabilizados por atos de desordem pública, como invadir um shopping center causando prejuízo aos comerciantes estabelecidos, precisamos retroagir tirando-lhes o privilégio do direito ao voto.

Precisamos decidir, se estão aptos para serem responsabilizados por suas atitudes e cobrá-los na forma da lei ou se não estão à altura de responder por suas atitudes e tirar-lhes o direito ao voto até que estejam maduros para assumirem as responsabilidades por suas atitudes.

Dizer que os shoppings centers estão errados ao barra-los na entrada, não é justo. A construção desses magníficos centros de compras custa muito caro e os empresários que ali se estabelecem pagam altos valores por seus investimentos. O mínimo que podem esperar é que lhes seja garantido o direito à segurança, bem como aos frequentadores que pagam o preço para usufruir.

Se o indivíduo não tem o que gostaria, vá trabalhar, estudar e dedicar-se com honestidade e obterá. O que não podemos suportar é que desocupados venham às ruas culpar a quem trabalha, estuda, paga impostos e se priva de várias coisas para ter o que tem.

O que existe não é apartheid, o que existe, sempre existiu. Isto é, quem pode paga, quem não pode não compra.

Deus ajuda a quem cedo levanta e vai trabalhar e à noite vai pra faculdade. Daí pra obtenção de poder aquisitivo fica faltando um passo.

Minha opinião, acima declarada, não por coincidência é igual à da maioria, como se vê na matéria do jornal Folha de S. Paulo, abaixo transcrita.

"82% dos paulistanos são contra rolezinho, diz pesquisa Datafolha

MARCELO LEITE
DE SÃO PAULO
23/01/2014  03h00






Se os rolezinhos forem mesmo um movimento de protesto contra o apartheid social, como querem alguns setores progressistas, a pesquisa Datafolha sobre o fenômeno do verão vem confirmar que a população da cidade é bem conservadora: 82% dos paulistanos se dizem contra os encontros de jovens da periferia em shopping centers.

A condenação da atividade é geral, sob qualquer recorte que se faça da pesquisa com 799 moradores da capital maiores de 16 anos.
A média dos que apoiam as reuniões é de meros 11% e aumenta muito pouco -considerada a margem de erro da pesquisa, de quatro pontos percentuais, para baixo ou para cima- mesmo entre aqueles dos quais seria de esperar certa aprovação.
Moradores da zona leste, o maior bolsão de exclusão social da cidade? Apenas 8% de aprovação, a menor de todas. Jovens? Só 18% dos que têm até 24 anos se declaram favoráveis aos rolezinhos.
Além deles, os maiores contingentes de apoio -ainda assim, uma franca minoria- se encontram entre os mais ricos (16% entre os que ganham mais de dez salários mínimos mensais) e mais escolarizados (14% dos que têm nível universitário).
A hipótese mais provável para essa aprovação ligeiramente superior entre os de maior renda e maior escolaridade é que haja entre eles um número maior de pessoas "de esquerda". Ou seja, mais propensas a adotar a explicação de que os rolezinhos são uma reação organizada de jovens contra a exclusão social e a discriminação racial.

PRAIA TRANQUILA
O Datafolha atesta o lugar-comum de que os centros de compras são a praia dos paulistanos: 73% vão ao shopping pelo menos uma vez por mês (e 25%, toda semana). E quem vai à praia quer tudo menos algo que se pareça, mesmo de maneira remota, com um arrastão.
As atitudes que mais incomodam os paulistanos nesse ambiente são as correrias (70%), gritarias (54%) e aglomerações (46%). Sua tradução preferida para o verbo "zoar", muito usado nas convocações de rolezinhos pelas redes sociais, é "provocar tumulto" -verdadeiro objetivo das reuniões para 77% dos ouvidos pelo Datafolha.
O propósito declarado dos adeptos dos rolezinhos -"apenas se divertir"- convence não mais que 18% dos paulistanos. Tamanha desconfiança é o que deve estar por trás da constatação de que 83% dos entrevistados que têm filhos menores de 25 anos não concordariam com sua participação num desses encontros.

SEM VIÉS RACIAL
Nada nessas opiniões dos paulistanos, por certo, exclui a possibilidade de que na raiz dos rolezinhos esteja uma certa irrelevância social de legiões de jovens de periferia, muitos dos quais não estudam nem trabalham. É plausível, dada essa condição, que queiram apenas "causar", chamar a atenção -como não deixam dúvida suas roupas e suas músicas.
O que o Datafolha revela é que, na população, as interpretações mais benignas do fenômeno, por assim dizer sociológicas, parecem contar com pouca simpatia. De outra maneira, como explicar que tantos defendam a pura repressão das reuniões?
Para 80% dos entrevistados, os lojistas agem corretamente ao buscar a Justiça para proibir os encontros. Outros 73% consideram que a Polícia Militar deve ser acionada para impedi-los. E 72% acham que não há preconceito de cor na reação dos shoppings, em aberta contradição com a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros (PT), para a qual há "discriminação racial explícita".
O grupo que avalia haver, sim, preconceito racial na atitude dos lojistas não ultrapassa um quarto dos entrevistados (exatos 25%). Como seria de esperar, entre os que se declaram da cor preta é maior o número dos que identificam reação preconceituosa, mas ainda assim menos de um terço do total (32%). E entre os que se autoclassificam como pardos, supostamente também mais visados, só 23% têm essa opinião.
De todo modo, a repulsa à discriminação é geral: 73% afirmam que os shoppings não têm o direito de escolher quem pode e não pode entrar neles. A não ser, é claro, que a galera da periferia apareça fazendo confusão."

Nenhum comentário: