domingo, 4 de agosto de 2013

A MÃO QUE BALANÇA O BERÇO

Quando posto uma matéria, gosto de comentá-la. Faz que me sinta mais cidadão, participante, menos omisso. Entretanto, há casos em que ficamos tão atônitos com o que tomamos conhecimento que nos faltam as palavras.

Como sou leigo, me sinto à vontade para dizer o que outras pessoas das referidas áreas de atuação a que as matérias se referem, não ousam dizer para não parecerem menos na opiniõe de quem venha a ler.

Tenho muitas críticas, e severas, a fazer sobre muitos aspectos de diversas áreas em todas as esferas do governo de nosso país.

Por exemplo, sobre os tribunais de contas: Os ministros são políticos em fim de carreira que irão servir aos seus partidos políticos aprovando o improvável.
Como disse a Sra. Elda Mariza Valim: "Em entrevista ao Congresso em Foco, a vice-presidente da ONG Moral, a ex-auditora do TCU Elda Mariza Valim, disse que as cortes de contas são desnecessárias e até perigosas para a sociedade. Segundo ela, não basta mudar os critérios de escolha dos ministros para evitar que os tribunais se tornem destino de políticos em fim de carreira – uma das principais críticas feitas ao atual modelo."

Para quem possa estar achando que há exagêro, há uma matéria postada, abaixo, que dá motivos de sobra para endoço desta opinião e esse caso não é único, pelo contrário, é apenas mais um e que veio à tona.

Embaixo do tapete, tem muito mais para quem queira ver.

"Ministro do TCU muda certidão e fica dois anos mais novo
Raimundo Carreiro poderá agora evitar aposentadoria e chegar à presidência do tribunal

22/07/2013 - Atualizado em 22/07/2013 08:23 

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Raimundo Carreiro conseguiu, na Justiça, alterar sua data de nascimento, tornando-se dois anos “mais jovem”, informou neste domingo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”. No TCU há seis anos, Carreiro conseguiu mudar sua data de nascimento de setembro de 1946 para setembro de 1948.

Na prática, a mudança garante a ele mais dois anos de permanência no TCU, adiando sua aposentadoria compulsória aos 70 anos. Com isso, ele poderá tomar posse na presidência do tribunal para o biênio 2017/2018, o que não ocorreria se tivesse de deixar a Corte em 2016.

A eleição para a presidência do TCU é definida pela tradição: o escolhido é sempre o ministro mais antigo que ainda não tenha exercido a função. O mandato é de um ano, mas sempre com renovação por mais um ano. Desde já, sabe-se que a vez de Carreiro chegará em 2017, sucedendo ao ministro Aroldo Cedraz, que deverá ocupar o lugar do atual presidente, ministro Augusto Nardes, no biênio 2015/2016.

Carreiro foi nomeado para o TCU com as bênçãos do senador José Sarney (PMDB-AP), ex-presidente da República. Ele foi por muitos anos servidor do Senado, onde comandou a Secretaria Geral. Sua proximidade com Sarney nesse longo período lhe rendeu a indicação ao TCU. As indicações para o tribunal são políticas.

A decisão judicial que lhe permitirá mais dois anos no TCU foi obtida na Comarca de São Raimundo das Mangabeiras, no interior do Maranhão, onde Carreiro foi, inclusive, vereador. À Justiça, ele alegou que foi registrado com a data errada de nascimento, e apresentou como prova da verdadeira data a certidão de batismo da Igreja de São Domingos do Azeitão, que fica próxima ao pequeno município de Benedito Leite, onde o ministro nasceu.

O documento registra o nascimento de Carreiro, filho de Salustiano e Maria, em 6 de setembro de 1948. No cartório, porém, o nascimento foi registrado como se tivesse ocorrido em 1946.O ministro se aposentou pelo Senado em 2006, usando a data antiga, de 1946, ao completar 60 anos (pelos documentos válidos na época). Mas, curiosamente, em 2008, recorreu à Justiça para corrigir sua data de nascimento. A decisão da Justiça do Maranhão saiu em 2009. 

O Ministério Público foi contra o pedido de Carreiro, que esteve no local pessoalmente e levou até padre, com livro de batismo junto, para ser testemunha.

Conforme “O Estado de S. Paulo”, com a mudança na data de nascimento, Carreiro passou na frente de outro político experiente na fila para a presidência: o ex-ministro José Múcio.

O GLOBO não conseguiu conversar com Carreiro no domingo. Ao jornal paulista, o ministro disse que entrar na fila para comandar o TCU não foi o objetivo de sua ação na Justiça. “Pode ser consequência, não que o objetivo seja esse. O propósito foi restabelecer minha data no meu registro de nascimento”, afirmou Carreiro. O ministro disse que, como nasceu no interior do Maranhão, só foi registrado em 1965, apesar de ter nascido na década de 1940, e que isso gerou a confusão. Disse também que não mudou a certidão anteriormente porque nunca teve “tempo nem dinheiro para isso”.

Carreiro ainda negou mal-estar com os colegas da Corte por sua ação. “Ninguém nunca questionou”, garantiu ele.
Fonte: O Globo"
E agora? Mudou de opinião? 

Falando sério, é possível que o empregado vá contra seu patrão? Pois é... todos crêm que não e na prática, não é mesmo.

No entanto, são os tribunais de contas que aprovam os gastos dos governantes em todas as esferas. Acontece que estamos falando de muitas centenas de milhões de Reais e não se ouve dizer de desaprovação, apesar dos desmandos que nos indignam.

Cada vez, mais acredito que há mão que balança o berço não é confiável.

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